Quero o mais estéril dos sonetos,
Dos sentidos o mais árido e duro,
Um cataclismo de cianureto
No mais diminuto e ressequido dos futuros.
Quero desafiar o alótropo do carbono─ o
preto,
A dissimular um poema obscuro,
Que seja tão desprezível como um inseto
E como infante totalmente inseguro.
Quero cuspir nos últimos tercetos,
Relegando a maturidade dos próximos versos
(Desprezo, por assim dizer,
os préstimos do carbureto);
Que sob os lampejos de Aldebarã imersos,
Não desejo nada além do obsoleto.
Dessa ode negra só espero o inverso.
(Víctor Souza-
11/06/2014)