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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Da Alvorada




Hoje a saudade veio cumprimentar-me de mau jeito.
Mal amanhecera o dia
E ainda prostrado ao meu leito,
De bruços a esfolar a fronha macia,
Senti tua ausência
A estraçalhar meu peito.
Saudade talvez por devaneio,
Impulso, libido ou volúpia.
Talvez por defeito
Afeto, flama, fogo ou fulgor.
É saudade de cada veia,
Ventrículo, cada olhar estreito,
Cada sussurro rarefeito...
Uma saudade puta desgraçada,
Que não tem hora marcada,
Mas que sempre em meio à alvorada
Começa a enzambuar meu peito.

(Víctor Sousza) 12/12/2012