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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Da Rotina ao Fim do Meio Dia




Ciclometria vital.
Acordar às 06:00h,
Sentir as batidas do meu coração demente,
E dar bom dia, bom dia.
Um banho frio, um café quente.
Ao som de histéricas músicas
Sem qualquer companhia.
Saindo às 07:00h,
Dando a mão pra Dona Maria, para Seu Zuza,
Encontrando tantas outras laborosas criaturas.
O trabalho informal, os “ice Kiss”, os malabares,
Os vendedores de jornais, que nada trazem de novidade:
- morte, tráfico, corrupção e uma gostosa seminua!
A miséria cega às 07:30h,
Um ônibus lotado,
Vade Mecum pesado.
A camisa já suada,
O “311” sempre enfurecido em meio às curvas.
Chego às 08:00h já atrasado,
─ Bom dia.
─ Com licença professor(a).
No peito agasalha-se o descanso,
Na cabeça começa o trabalho.
Intervalo às 10:00h.
Dialética entre amigos,
Comida requentada,
Reclamações frustradas,
“Returning to class”!
No peito restringe-me a vontade.
Na cabeça convida-me o silêncio.
Saio às 11:00h.
“311”, miséria cega, suor, cansaço, fome...
Flechas de sol descem perpendicularmente
Sem trégua alguma.
São 12:00h.
Espero por um banho gelado,
Por uma bebida fria.
Almoço (que seja requentado, só exijo uma companhia).
É tudo somado,
É meu bolero.
É minha vida em meio dia.
(Víctor Sousza)

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